
TOXINA BOTULÍNICA
Aplicações Terapêuticas
Apesar de serem altamente tóxicas para o Homem, as toxinas botulinicas são também as toxinas bacterianas mais usadas na terapêutica humana (Pantano and Montecucco 2013). Constituem igualmente uma das terapêuticas mais seguras para o Homem, desde que administradas por pessoal médico especializado (Rossetto 2013).
Actualmente, apenas as toxinas A e B são utilizadas para este fim, sendo que o uso do serótipo B é bastante inferior ao do A, o que está relacionado com os efeitos secundários e interações deste serótipo (Pellet 2012). A toxina botulínica A é comercializada sobre vários nomes como Botox, Dysport e Xeomin, enquanto que a B tem o nome comercial de NeuroBloc/Myobloc (Dressler 2007).
As suas aplicações terapêuticas são devidas ao bloqueio da secreção de acetilcolina e de transmissores envolvidos na percepção, transmissão e processamento da dor (Dressler and Benecke 2007), de tal forma que a toxina botulinica A se tornou a escolha para o tratamento de condições humanas caracterizadas por um hiperfuncionamento dos terminais nervosos colinérgicos periféricos (Pantano and Montecucco 2013).
Os efeitos destas toxinas começam fazer-se sentir 2 a 3 dias após aplicação por injeção intramuscular, atingem o seu pico às duas semanas e desaparecem após cerca de dois meses e meio (Dressler and Benecke 2012).
As toxinas botulínicas estão aprovadas para o tratamento de (Pellet 2012):
![]() Rugas glabelares | ![]() Hiperidrose |
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![]() Espasticidade | ![]() Espasmo hemifacial |
![]() Enxaquecas crónicas | ![]() Dor muscular |
![]() Distonia cervical | ![]() Blefaroespasmo |
BIBLIOGRAFIA:
Dressler D, Benecke R (2007) Pharmacology of therapeutic botulinum toxin preparations. Disability and Rehabilitation 29(23):1761-1768 doi: 10.1080/09638280701568296
Pantano S, Montecucco C (2013) The blockade of the neurotransmitter release apparatus by botulinum neurotoxins. Cell Mol Life Sci 71:793–811 doi: 10.1007/s00018-013-1380-7
Pellet S (2012) Learning from the past: historical aspects of bacterial toxins as pharmaceuticals. Current Opinion in Microbiology 15:292-299 doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.mib.2012.05.005
Rossetto O, Megighian A, Scorzeto M, Montecucco C (2013) Botulinum neurotoxins. Toxicon
67:31-36 doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.toxicon.2013.01.017